terça-feira, 14 de outubro de 2008

Palmeiras e a Libertadores

Olá, meu nome é Sociedade Esportiva Palmeiras. Você já me conhece, e acredito que muito bem. Agora vou te contar uma história longa que vivo desde 1961. Se você conhece a minha história na Taça Libertadores. Aprecie de novo. Não conhece? APRENDA SOBRE A MINHA HISTÓRIA.

A Taça começou a ser disputada oficialmente como Libertadores da América em 1960, infelizmente nao participei da primeira edição do principal torneio da América do Sul. O Bahia teve a honra. Mas, nesse mesmo ano, garanti vaga na disputa do ano seguinte, sendo campeão da Taça Brasil.Em 1961, fui o único brasileiro a disputar o Taça, ao lado de Independiente (ARG), Jorge Wilsterman (BOL), Colo-Colo (CHI), Independiente (COL), Barcelona (EQU), Olimpia (PAR), Universitario (PER) e Peñarol (URU). E já cheguei na primeira final. Primeiro, estreei já nas quartas-de-final, contra eles, os argentinos, passei fácil com 2 x 0 lá e 1 x 0 aqui. Na semifinal vieram os colombianos, complicaram lá em um 2 x 2, mas aqui mostrei minha força, 4 x 1. Estava na final, na minha primeira vez no Taça. Em 04 de junho perdi por 1 x 0 no Uruguai. Em 11 de junho, pequei, e tomei um gol logo aos 5 minutos, busquei o empate com Nardo aos 24 do segundo, mas não deu. Peñarol campeão. Eu era uma máquina operada por: Valdir de Moraes; Djalma Santos, Valdemar, Aldemar, Zequinha, Geraldo, Julinho Botelho, Gildo, Geraldo Scotto, Chinesinho e Romeiro (Nardo). O chefe de produção era Armando Renganeschi. Mas valeu, muitas outras viriam.

Em 1962 e 1963 não disputei a Taça. Deixei o Santos do Pelé sentir o gostinho de participar do maior da América. Nao devia, foram bicampeões. No ano do bi santista, o Botafogo carioca fez companhia. Pela primeira vez dois times brasileiros disputavam o torneio juntos. Fiquei sem disputar até 1967.

Em 1968, representamos o Brasil, eu e Náutico. Mas só os grandes sobrevivem numa Libertadores. Eu sobrevivi. Disputei contra os argentinos do tal do Estudiantes e do Independiente, colombianos do Deportivo Cali (Ah, Deportivo!) e Millonarios, contra bolivianos do Jorge Wilsterman e Always Ready, chilenos do Universidad Catolica e Universidad do Chile, Nacional e Peñarol do Uruguai, equatorianos, paraguaios, peruanos e venezuelanos. Cheguei a final e peguei o tal do Estudiantes. Em 2 de maio, mesmo saindo na frente fui derrotado na Argentina por 2 x 1, venci no Brasil por 3 x 1 no dia 7, mas o regulamento não tinha saldo de gols. Fomos para o jogo extra no Uruguai, campo neutro, e mais uma vez deixei escapar o título, 2 x 0, no dia 16. Se o regulamento não atrapalhasse teria vencido a minha primeira Libertadores. Mais uma vez perdi com grandes jogadores me representando: Valdir de Moraes, Baldocchi, Osmar, Geraldo e Ferrari; Dudu e Ademir da Guia; Servílio (China), Tupãzinho, Suingue e Rinaldo. Técnico: Alfredo González. Essa era a minha Primeira Academia. Mas um dia isso o título veio, e de maneira especial.

Fiquei mais dois anos sem disputar o torneio, 1969 e 1970.

Voltei em 1971, fiquei no grupo do Fluminense e dos equatorianos Deportivo Italia (que ironia!) e Deportivo Galicia. Terminei em primeiro, com 5 vitorias e 1 derrota para os cariocas na estréia, e em São Paulo. Fui para segunda fase, em um grupo de três clubes e decepcionei meus torcedores, venci duas vezes o Universitario do Peru, mas perdi as duas pro Nacional do Uruguai, o que culminou na minha desclassificação. O Nacional foi campeão contra o tal do Estudiantes da Argentina.

Após assistir a disputa de 1972, retornei em 1973 e mais uma vez decepcionei, talvez a maior dentro todas minhas participações. Cai no grupo do brasileiro Botafogo(RJ) e dos uruguaios Nacional e Peñarol. Um grupo difícil, que foi decidido por mim e Botafogo num jogo-extra. Perdi e sai ainda na primeira fase por 2 x 1. Decepcionei. Desculpa.

Disputei novamente em 1974, mas continuava não dando sorte, por que competência eu tinha e muita. Cai no grupo dos bolivianos Deportivo Municipal e Jorge Wilsterman, que tinha também elas, as meninas do Jardim Leonor. A disputa pela classificação seria entre nós, ou melhor, entre eu e ela. Estreei perdendo, 2 x 0 feminino. Me recuperei e ganhei duas dos bolivianos, enquanto elas ganharam uma e empataram outra. Nos jogos de volta, ganhei mais duas dos times da Bolivia e elas voltaram a empatar uma e vencer outra, mas deixei a classificação escapar pra elas com nova derrota, 2 x 1. Elas chegaram na final, mas perderam. HA-HA-HA.

Fiquei de fora das edições de 1975, 76, 77 (primeira piada dos Sem-Estádio) e 78.

Voltei em 1979, junto com o Guarani. E mais uma vez desculpem-me, decepcionei vocês. Pasmem, fiquei em terceiro lugar no grupo que tinha, além do time de Campinas, que se classificou, Universitario e Alinza Lima do Peru. Cheguei a golear os peruanos (2 x 4 e 4 x 0 contra o Alianza e 2 x 5 contra o Universitario) e o Guarani (4 x 1), mas perdi as duas pro Guarani (uma de 4 x 1) e em casa pro Universitario. Mas um dia essa cina de Libertadores haveria de acabar. E acabou.

Anos duros vieram, a Década Perdida se iniciava, o jejum de títulos nao tinha fim. Em 1980, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92 e 93, eu, o Campeão do Século no país tricampeao do Mundo não figurei na competição mais importante da América do Sul. Até Coritiba, Bangu, Sem-Estádio disputaram nesse meu período fora. Times brasileiros vieram, disputaram e ganharam, mas também se igualaram a mim como Campeão do Mundo (essa é outra história). Mas eu estava voltando, e forte.

Em 1994 voltei. Meu grupo tinha o Cruzeiro e os argentinos do Velez e do Boca, "Boquinha" né. Inesquecíveis 6 x 1, um dos maiores jogos da minha história. Obrigado Sérgio, Cláudio, Antonio Carlos, Cléber, Roberto Carlos, César Sampaio, Tonhão, Amaral, Mazinho,Jean Carlo, Zinho Edílson, Evair e Vanderley Luxemburgo.

Mesmo assim terminei em terceiro, atras de Velez e Cruzeiro, mas como melhor terceiro colocado consegui a vaga nas oitavas, e mais uma vez, elas no caminho. Disputamos o primeiro jogo, 0 x 0, veio a Copa e a competição deu uma parada. Foi aí que meus subordinados fora de campo falharam. Me levaram pra jogar no fim do mundo durante a Copa. Enquanto elas cuidavam da unha, pele e roupa aqui, se preparavam para o jogo. Perdi, 2 x 1. Mais uma vez o sonho foi adiado. Mas estava chegando a hora. Ah, elas chegaram a final e perderam. HA-HA-HA, de novo.

Em 1995, mais uma Libertadores, me classifiquei com folga no grupo que tinha Gremio e os equatorianos Emelec e El Nacional. Quato vitórias, um empate e uma derrota, 15 gols marcados, 5 sofridos. Campanha quase perfeita até entao. Nas oitavas enfrentei o boliviano Bolivar, perdi a primeira lá, 1 x 0, mas reverti o placar no Palestra Itália, 3 x 0. Quartas-de-final de Libertadores e dois jogos épicos contra o Grêmio da minha, modestia a parte, linda história. Em Porto Alegre enfrentei uma batalha, brigas dos meus jogadores com os deles, e uma das mais vexatórias derrotas de minha vida. Como já lutei contra muitos e muitas durante minha história, sabia que dava pra reverter o placar, era difícil mas dava. Minha casa lotada, minha torcida acreditando, tomei um balde de água fria naquela noite congelante, com um gol do Grêmio, precisa de seis, mas não desisti, eu nunca desisto. Lutei até o fim, fiz cinco gols e se o futebol fosse 50 por 50 teria me classificado. Sai aplaudido, chorando e, dessa vez, em pé, de cabeça erguida. Ali nascia em mim o verdadeiro espírito de uma Libertadores. É guerra.

Fiquei fora da Taça por três anos, 1996 (San Genaro, os Sem-Estádio nao tinham desistido ainda), 1997, 1998. Voltaria pra ser campeão.

Se Libertadores é guerra, trouxe um Coronel e 25 soldados. Dessa vez nao passaria, nao deixaria passar. E tinha que ser de uma maneira especial.

A minha campanha de CAMPEÃO começou no dia 27 de fevereiro de 1999. Contra eles, o Corinthians (eles não desistem nunca?), vitória por 1 x 0, gol de Arce. Viajei até o Paraguai pra enfrentar os outros dois times do meu grupo, Cerro Porteño e Olimpia, goleei o primeiro por 5 x 2, fui goleado no segundo por 4 x 2. Nos jogos de volta, empatei com o Olimpia, perdi pro Corinthians e venci o Cerro Porteño. Dei uma alegria a eles naquela Libertadores, deixei terminaram a fase de grupos na minha frente. Doce ilusão. Nas oitavas enfrentei o então atual campeão, Vasco. Confronto complicado. Primeiro jogo, 1 x 1, empatei. Jogo de volta, dei show, sai perdendo, virei o jogo, goleei, 4 x 2, estava com espírito de campeão. Quartas-de-final, Eu contra o Corinthinas, o Jogo do Século, como diziam. Venci o primeiro jogo e perdi o segundo pelo mesmo placar, 2 x 0. A decisão de quem iria a semifinal foi para os penaltis. Venci por 4 x 2 (Obrigado Marcos, Vampeta e Dinei!). Venci o Jogo do Século. Agora eu me pergunto: Haveria outro time a vencer o Jogo do Século a não ser o Campeão do Século? Semifinal, contra o River Plate, os argentinos venceram o primeiro jogo, "pero no mucho" como estampavam os jornais dos hermanos no dia seguinte, 1 x 0. Na volta, meu Parque Antarctica lotado, dei show de novo, 3 x 0, fora o tango. Trinta e um anos depois lá estava eu de novo, em mais uma final de Libertadores. Tinha chegado a minha hora. O adversario agora era colombiano, Deportivo Cali, mais uma vez perdi o jogo de ida, 1 x 0, meus jogadores comemoravam a derrota no vestiário, sabiam que eu seria campeão, que poderia reverter o placar. Não foi fácil, primeiro tempo termina 0 x 0, precisava de dois gols, fiz um, tomei o empate, fiz outro e levei a decisão para os pênaltis.

Perdi o primeiro pênalti e nenhum colombiano errou até a penúltima cobrança, quando meus fundadores Luigi Cervo, Ezequiel De Simone, Luigi Emanuelle Marzo e Vicenzo Ragognetti "desceram" no Palestra Itália e assopraram junto com minha torcida e meus jogadores duas cobranças colombianas, uma na trave e outra pra fora. Ali eu era, enfim, CAMPEÃO DA TAÇA LIBERTADORES DA AMÉRICA. Disse que teria que ser especial, e como foi especial. A minha campanha CAMPEÃO terminou no dia 16 de junho de 1999.

Em 2000, defendi o MEU título e ganhei um bi. Fui líder do meu grupo que tinha Juventude, El Nacional do Equador e The Strongest da Bolivia. Nas oitavas eliminei o Peñarol nos pênaltis, dentro de minha casa, de certa forma vinguei 1961. Nas quartas-de-final, ganhei no Mexico (2 x 0) e aqui (3 x 2) do Atlas. Fui a semifinal, e advinhem contra quem? e quem ganhou? e como foi? Em dois jogos épicos, eliminei mais uma vez o Corinthians, o meu bi da Libertadores contra eles (Obrigado Marcos! Obrigado Marcelinho!). Fui pra final contra o Boca Juniors, empate em 2 x 2 no primeiro jogo na Argentina. O outro bicampeonato estava próximo, mas após um empate sem gols no estádio pago pelo Governo, os pênaltis que tanto me ajudaram nas duas últimas edições me trairam. Mais uma vez fui vice. Mas o bi, o tri, o tetra, o octa, há de vir.

2001. Consegui a classificação para mais uma Libertadores, e passei invicto pelo meu grupo que tinha Cerro Porteño, Universidad de Chile e Sport Boys do Peru. Recomeçaria minha aventura nas penalidades. Nas oitavas veio o São Caetano, ida e volta terminaram em 1 x 0, pênaltis mais uma vez, passei 5 x 4. Quartas-de-final contra o Cruzeiro, 3 x 3 e 2 x 2, penaltis, passei 4 x 3. Veio a semifinal contra meu carrasco do ano anterior, fui ROUBADO, isso ROUBADO, na Argentina, numa arbitragem visivelmente tendenciosa a favor dos donos da casa. Mas eles viriam a minha também.

Vieram a minha casa, mas não fiz jus ao meu caldeirão. Como na Argentina, empatamos em 2 x 2. Mas que fique bem claro, que era pra eu ter ganho o primeiro jogo e ter jogado com mais tranquilidade no meu Palestra Itália. Enfim, Libertadores, Boca Juniors, pênaltis, a lembrança não era boa, e piorou após a disputa de penalidades terminar em 3 x 2 pro time do árbitro que apitou o primeiro jogo.

Em 2002, 2003 e 2004, passei por momentos difíceis, em momentos estava mal, em outros na UTI e depois me recuperando. Mas voltaria.

Voltei em 2005, mas as expectivas ainda não eram boas, passava por um processo de readaptação. Passei pela Pré-Libertadores e me classifiquei, com certa dificuldade, em segundo no meu grupo que tinha Santo André, Cerro Porteño e Deportivo Tachiro da Venezeuela. Nas oitavas peguei as meninas do Morumbi e fui eliminado, duas derrotas, 1 x 0 no meu caldeirão e 2 x 0 na caixinha de música delas.

2006, outro ano que disputei sem muita esperança, mas estava lá, lutando e honrando meu nome. A Libertadores de 2006 parecia uma reprise do que foi a de 2005. Mais uma vez passei pela Pré-Libertadores, e mais uma vez me classifiquei no sufoco, em segundo no grupo. Mais uma vez o São Paulo nas oitavas-de-final, cheio de problemas lutei até o fim e se nao fosse OUTRO ERRO contra poderia ter me classificado. O primeiro jogo foi 1 x 1 no Palestra. O segundo 2 x 1 pra elas, no Panetone.

Desde então, não disputo uma Libertadores. Mas agora eu ressurgi, eu acordei, EU VOU VOLTAR A GANHAR UMA LIBERTADORES.

Bom, ta ai a minha história na Taça Libertadores da América. Se você já conhecia. Parabéns. Se não. Espero que tenha aprendido um pouco da minha história. É O SEU DEVER.



Atenciosamente
SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS.


http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=15532&tid=5249402711006510092&na=1&nst=1

História? Pra que né?

A História da Sociedade Esportiva Palmeiras não começou com César Sampaio, Evair, Rivado, Zinho, Edmundo, Djalminha e Luxemburgo, nem com Marcos, Alex, Oséas, Paulo Nunes e Felipão. Muito menos agora com Valdivia. A nossa História começou lá atras, em 26 de agosto de 1914, com Luigi Cervo, Ezequiel De Simone, Luigi Emanuelle Marzo e Vicenzo Ragognetti, fundando o nosso Palestra Itália.

Você só torce pelo maior clube do Brasil porque além desses quatro jovens que fundaram o Palestra/Palmeiras e dos jogadores citado acima, passaram pelo nosso glorioso alviverde outros grande nomes esquecidos hoje: (na ordem alfabética para não cometer injustiça) Achiles, Ademir da Guia, Baldocchi, Begliomini, Bertolini, Bianco, Caetano, Canhoto, Canhotinho, César Maluco, Del Nero, Dema, Djalma Dias, Djalma Santos, Dudu, Echevarrieta, Edu, Eurico, Fabio, Fedato, Ferrari, Geraldo Scotto, Heitor, Humberto Tozzi, Imparato, Jair Rosa Pinto, Jorge Mendonça, Julinho Botelho, Juvenal, Lara, Leão, Leivinha, Lima, Liminha, Luis Pereira, Luizinho Mendonça, Mazzola, Ministro, Ministrinho, Nei, Oberdan, Og Moreira, Rinaldo, Rodrigues, Romeiro, Romeu Pelicciari, Ronaldo, Servilio, Tupãzinho, Valdemar Carabina, Valdir de Moraes, Vavá, Villadoniga, Waldemar Fiume, Zeca.... entre tantos outros.

Se nao fossem por esses homens, talvez seus avôs, pais, tios, você não torceria pelo Palmeiras. Eles que fizeram um Palmeiras grande como o que amamos, eles fazem parte da nossa história. E essa história não é só o passado, a historia faz e sempre fará parte do nosso presente e do nosso futuro.Vamos valorizar mais nosso passado que é o mais glorioso, é o mais bonito, o mais suado, o mais sofrido.

Heróis não são só aqueles que em 1942 mudaram o nome e venceram aquele time que queria que acabassemos. Heróis são todos esses que fizeram o Palmeiras grande, forte, glorioso. Sem eles não seríamos o Campeão do Século, não seríamos grande.

Quem fez o Palmeiras grande foram eles, vamos valorizá-los. Vamos saber sobre a nossa História.