quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Priorizar é prioridade

Muito se questiona sobre a devida não importância dada pelos clubes brasileiros quando se refere a Copa Sulamericana. Quem deve se preocupar com esse torneio são aqueles clubes que não almejam mais nada no Brasileirão, vide Botafogo.
Gostaria de saber dos que defendem nossa força máxima nesse torneio o porque o Palmeiras deve jogar com os titulares? Eu, particularmente, não vejo o menor motivo disso, ainda mais em um jogo de auto-risco como o de hoje a noite. Risco de contusões graves, brigas, o emocional certamente virá abalado de lá, seja com classificação ou eliminação.
Mal comparando, a Sulamericana é aquele campeonato em um bairro na cidade vizinha que temos uma rivalidade. O Brasileiro é o campeonato da sua cidade que você almeja vencer há anos e disputa com aquele que um dia tentou roubar sua casa.
Então, porque não priorizar esse último?
Claro que jogaremos pra ganhar os dois, mas a partir do momento que o mais importante vai chegando ao fim e da maneira que está, priorizar é prioridade.
Hoje, torcerei muito pelo nosso Palmeiras, porém a desclassificação não será uma tragédia, até porque estamos com os reservas e totalmente focados na conquista do penta. Tragédia seria............. não vou completar a frase por motivos óbvios.
Diretoria, comissão técnica e jogadores estão certos. Prioridade é o penta.

Djalma Santos: "Tudo bem"


Esqueça Carlos Alberto Torres, Nelinho, Thuram, Zanetti, Maicon. Esqueça Eurico, Rosemiro, Cafu, Arce, Nene, Elder Granja. Enfim, esqueça todos os laterais-direito que voce conhece ou viu jogar. Viaje agora na história do maior do futebol mundial.

Pra começar contar sua história uma frase precisa ser repetida: ELE FOI O MAIOR LATERAL-DIREITO DA HISTÓRIA DO FUTEBOL MUNDIAL. Nasceu Dejalma Santos, em 27 de fevereiro de 1929 na cidade de São Paulo, se eternizou Djalma Santos.

É lembrado em quase todas Seleções, seja de todos os tempos do futebol, seja brasileira, lusitana, palmeirense ou atleticana.

Primeiramente vamos falar dele na Seleção. Djalma Santos tem quatro Copas no curriculo (1954, 1958, 1962, 1966) e 110 partidas com a camisa canarinho. No Mundial de 58, era reserva de De Sordi, o titular teve uma indisposição após o almoço e deu a vaga a Djalma. Em 90 minutos ele foi eleito o melhor da sua posição na Copa. Poderia terminar de falar dele aqui né? Em 1963, foi o único brasileiro a integrar a seleção oficial da FIFA.

Iniciou a carreira na Várzea paulistana, jogando como volante e logo se tornou jogador profissional. Chegou a Lusa com apenas 19 anos, ainda volante, estreou em 1948, perdendo para o Santos 3 x 2, jogava junto de Julinho Botelho. Djalma Santos virou lateral-direito ainda na Portuguesa. Opa, errei. A lateral-direta virou Djalma Santos ainda na Portuguesa. Ficou lá por 11 anos, até se transferir pra time onde se consolidou, fez história, virou ídolo e foi esquecido. Ou nao.

No final da década de 50 começava a ser montada a nossa Primeira Academia, chegavam vários craques, ídolos eternos, dentre eles, Djalma Santos. Nos presenteou com seu futebol por 10 anos, uma perfeita parceira entre jogador, time e torcida.

Fez sua estréia em 30 de maio de 1959, contra o Comercial de Ribeirão, vitória palmeirense por 6 x 1, pelo Paulistão.

Se despediu em um amistoso contra o Cianorte, em 28 de julho de 1968, vitoria palmeirense por 4 x 3.

Em 10 anos, entrou em campo 498 vezes com a camisa do Palmeiras, com 295 vitórias, 105 empates e 98 derrotas. Marcou 10 gols.

Desbancou diversas vezes o temido Santos de Pelé, foi campeão paulista em 1959, 1963 e 1966, bicampeão da Taça Brasil em 1960 e 1967, do Rio-SP em 1965 e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa em 1967.

Djalma Santos tinha muita força física, além de jogar sério era habilidoso e dificilmente errava passes, além de ser um marcador leal. Foi o primeiro lateral a arremesar a bola na área com as mãos, dizia que por causa de um acidente que teve na mão quando criança ficava mais fácil impulsionar pra frente. Ao encerrar a carreira, recebeu o Troféu Belfort Duarte por nunca ter sido expulso. Um monstro sagrado do futebol mundial.

Estava no jogo história de 7 de setembro de 1965, quando todo nosso time, inclusive os reservas e comissão técnica, representaram a Seleção Brasileira na inauguração do Mineirão. O Palmeiras venceu o Uruguai por 3 x 0. O Palmeiras, mais uma vez, vingou o Maracanazo. Mas essa é outra história.

Com o final da Primeira Academia se aproximando e perto do último ato nos gramados do Mundo, Djalma Santos foi para o Atlético Paranaense em 1969, onde tirou os atleticanos de uma fila de 13 anos. Encerrou a carreira lá com 42 anos.

Depois de encerrada a carreira tornou-se técnico por pouco no mesmo Atlético, na Bolivia e no Peru. Mas decidiu trabalhar com crianças na Arábia e na Itália, hoje presta o mesmo serviço na Prefeitura de Uberaba.

Também foi vitima de racismo no futebol, em um jogo no interior de São Paulo, foi cobrar um lateral rente ao alambrado. Um sujeito o ofende de crioulo sujo e lhe arremessa um objeto, junto com a agressão vai o anel do mal-amado. Djalma recolhe o objeto vai até o agressor, lhe devolve o anel e diz: "Tudo bem".

Em uma enquete realizada pelo Palmeiras, acumulou 75% dos votos, enquanto o segundo, Cafu, ficou com 19%.

DJALMA SANTOS, O HOMEM QUE EM 90 MINUTOS FOI O MELHOR DE UMA COPA, O HOMEM QUE FEZ A LATERAL-DIREITA MUDAR DE NOME. MAIS UM QUE FEZ HISTÓRIA NO PALMEIRAS. É NOSSO.


Frases sobre ele:

"E, assistindo futebol, poderia lembrar de uma jogada que só vi em filme: Djalma Santos jogava assim na lateral direita." - Roberto Gomes

"Djalma Santos põe, no seu arremesso lateral, toda a paixão de um Cristo negro" - Nelson RodriguesFrases dele:

"- Djalma, você ainda joga bola?- Não Beto, agora eu só chuto..." - pra um site de Uberlandia

"Foi mais difícil chegar em casa do que ganhar a Copa. Foram dois dias desfilando em carros do Corpo de Bombeiros, cheio de dores pelo corpo"

"Tudo bem"



Junqueira, a estátua esquecida


José Junqueira de Oliveira, natural de Vargem Grande do Sul, nascido em 26 de fevereiro de 1910, falecido em 25 de abril de 1958. O maior zagueiro do Palestra Itália/Palmeiras entre 1931 e 1945. Também viveu o drama da perseguição e troca de nome.
É considerado o melhor zagueiro da história do clube ante "Era Luis Pereira". Raçudo, habilidoso e leal, Junqueira nunca precisou usar a violência para tirar a bola de seus adversários. Todos esses adjetivos foram coroados com a honra de ser o capitão da equipe em todos os anos de Palestra/Palmeiras. Também foi capitão por diversas vezes da Seleção Paulista.
Ao lado de Ademir da Guia e Waldemar Fiume sao os únicos três jogadores da nossa história a ter um busto nas alamedas do Parque Antarctica.
Fez 326 jogos pelo clube, não marcou nenhum gol. Foram 201 vitórias, 73 empates e 52 derrotas.

Títulos:
Campeonato Paulista em 1932, 1933, 1934, 1936, 1938 (extra), 1940, 1942 e 1944
Torneio Rio-São Paulo de 1933,
Taça de Campeões Rio-São Paulo em 1934 e 1942
Taça Estadual de Campeões de 1932
Torneio Início 1930, 1935, 1939 e 1942

Estreou em 23/08/1931, contra o Comercial de Ribeirão, empate em 0 x 0, em um amistoso.
Se despediu em 30/12/1945, contra o Corinthians, outro empate, agora em 3 x 3, em um outro amistoso.
O Palestra Itália/Palmeiras foi único clube que defendeu em toda a carreira. Começou no Palestra e terminou no Palmeiras.
Junqueira, o maior quarto-zagueiro dos nossos primeiros 50 anos. Ninguém conhece ou lembra dele, como não conhecem ou lembram de muitos. A estátua esquecida.

Mais informações sobre ele no link abaixo:
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=15532&tid=5247696002672229388&na=4