Lógico que todo palmeirense gostaria de ver nosso cerébro e coração em campo com a camisa amarelinha, mas tem que ser muito inocente, ou tem que deixar o clubismo cegar qualquer possibilidade de bom senso, ou não saber como o técnico da Seleção trabalha.
Cleiton Xavier e Diego Souza foram convocados pela primeira vez, quando foram chamados ficou claro que foi para tapar buraco. Pode-se reclamar de tudo de Dunga, mas não de sua coerência.
Mais uma vez foi coerente, na escalação do time titular colocou os homens que há tempos vem com ele, seus caras de confiança. Julio Batista é um baita jogador, seria titular em qualquer seleção que vai à Copa, além de ser uma das principais peças da Roma. Colocou Daniel Alves para fazer a função que ele faz, com muita competência diga-se de passagem, no Barcelona, e fez com maestria. Além de dar a chance do cara jogar depois de anos na sua terra natal.
Nas alterações não arriscou em um jogo pegado e debaixo de chuva contra um Chile que vinha pra cima, e ainda tentou armar um contra-ataque veloz. Colocou o Sandro para suprir a ausência do Felipe Melo, e ainda aproveitou para "vender" ele para a Inglaterra. Tardelli para o contra-ataque. E Elano já possui uma experiência em Seleção, da maneira que se desenrolava o jogo algum estreante nervoso poderia ser prejudicial. Fez o certo.
Era a vontade de todos nós que Cleiton Xavier e Diego Souza entrassem, mas hoje não dava. Não se pode deixar o clubismo cegar. Mesmo nessas horas é preciso ter o senso do certo e do errado. Parece birra de criança. Entrar em uma fogueira de 2 x 2, ou 3 x 2 poderia queimar Cleiton e Diego. O importante foi eles serem lembrados, fizeram parte do grupo, Dunga agora os conhecem.
Parabéns Cleiton! Parabéns Diego! Valeu pela experiência, pela oportunidade, outras virão.
Mas, o acontecimento da noite não foi o jogo, não foi o não-aproveitamento dos dois palmeirenses, foi a declaração do novamente futuro jogador do Palmeiras: "Tem, tem, tem".