quinta-feira, 2 de julho de 2009

Esperança, confiança!

Quando o Palmeiras me acolheu naquela semana decisiva da final do Paulista de 1993 e eu consciente do que queria o segui, não imaginava o que esse clube que me presenteava com sua existência tinha passado em sua história. Não sabia das glórias, dos títulos, dos fracassos, do heroísmo, da grandeza da Sociedade Esportiva Palmeiras. Não sabia que era fruto da colônia italiana, nem que havia sido Palestra Itália. Muito menos sabia que ali nascia um amor. Um amor incontestável, imensurável que nenhuma fila de títulos iria arranhar.
Conheço alguns palestrinos que quase viram o Palestra Itália, esses mesmos ouviram o Mundial de 51. Esses viram o Palmeiras desbancar o Santos, de Pelé. Os mesmos viram a Primeira e Segunda Academias serem formadas e desmanchadas. Sobreviveram, mais fortes, a Década Perdida, a de 80, e nunca (dito pela boca deles) NUNCA perderam a esperança de que um dia o Palmeiras voltaria a ser o Gigante de outrora. Voltou, sobrou na década de 90. Agora que a vaca-magra parece ter empacado na frente do Palestra Itália novamente, eles estão aqui, aí, junto com o Palmeiras, sem perder a esperança, a confiança, de que o Gigante, mais uma vez, renascerá. E são unânimes em dizer, o momento é muito melhor do que nos anos 80. Não se compara. Não comparem.
Tenho muitos amigos que o Palmeiras acolheu na Segunda Academia. Esses também passaram pela Década Perdida, esses viram a de 90, esses continuam firmes e fortes com o Palmeiras, para o que der e vier.
Tenho muito mais contato com a minha geração, uma geração vencedora, cheia de glórias, acostumada a vencer. Mal acostumada, talvez. Mas que mesmo assim não perde a esperança, a confiança que aqueles dias de boi-gordo voltarão. Os não-imediatistas sabem que esse dia chegará e sabe que está próximo. Os imediatistas querem para anteontem, impossível.
A geração que chega, pós-99 e pós-Série B, não sabe, não conhece, ou ainda não tem a capacidade suficiente de assimilar o que o futebol. O futebol é uma roda-gigante, uma hora embaixo, outra em cima. Futebol não é jogo video-game meu filho. Futebol é real, é paixão. Se nós aqui queremos ser o primeiro, outros "n" times também querem.
Se o Palmeiras te acolheu um dia, quando estava bem. Acolha ele hoje, quando as coisas não andam como deveria andar. Seja Palmeiras na vitória, no empate, na derrota. Sem perder as esperanças, a confiança, porque no dia em que você perder, você não é Palmeiras.