quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Porco? Eu sou. Mas porque?

Porco? Nós somos porcos. Mas você sabe o porque desse apelido que primeiro veio como xingamento dos rivais?
Várias são as histórias sobre o "xingamento" porco para com nosso time e torcida. Algumas extremamente absurdas para serem verdades, outras com um pouco de imaginação pode até vir a ser cogitada. Algumas, até certo ponto, pertinentes. Dentre todas que apurei, uma coisa é certa, foram os cachorros, gambás quem nos deu a alcunha.
Frigorífico?: Uma das lendas diz que em uma certa época (não vou saber precisar qual) o Palmeiras era patrocinado por um frigorífico que tinha como símbolo a foto de um porco. Daí em diante a torcida gambá passou a nos chamar de porco.
Macarrão, molho, sujeira?: Diz a lenda que os italianos se sujavam todos ao comerem a tradicional macarronada de domingo. Para os rivais eram tidos como porcos.

Cachorro X Porco?: Em certo jogo entre Palmeiras e Corinthians, a torcida alviverde jogou um cachorro no campo, deste dia em diante o Corinthians virou cachorro. Com a intenção de dar o troco em nós, em outro confronto entre nós e eles, os cachorros jogaram um porco no campo. Passaram a nos xingar de porcos.
Espírito de porco?: Em um determinado e longínquo Campeonato Paulista, dois jogadores corinthianos morreram em um acidente de carro. De acordo com o regulamento, apenas se todos os clubes concordassem o time cachorro poderia inscrever outros dois atletas. O Palmeiras foi o único a não aceitar. Os cachorros passaram a chamar os palmeirenses de porco, espírito de porco. Diz a lenda também, que jogaram um porco no confronto entre Palmeiras e Corinthians posterior ao ocorrido.
Qual é versão verdadeira?
Existe outra? Outras? Você sabe de alguma? Compartilhe.

VALEU CACHORRADA, GAMBAZADA... EU SOU PORCO, COM ORGULHO...

Parabéns Juvenal! Um Campeão do Mundo esquecido


O esquecimento, o abandono, o desprezo e a ingratidão. Juvenal Amarijo deve ter esses sentimentos quando encosta a cabeça no travesseiro no seu casebre em Salvador, recordando dos tempos em que defendia os grandes Flamengo, Bahia, da Copa de 1950 quando era titular do escrete brasileiro, e da final do Mundial de Clubes de 1951, quando era zagueiro da Sociedade Esportiva Palmeiras. Hoje são apenas lembranças, para ele, descaso.

Juvenal, que completa hoje, 27 de novembro 85 anos, mora sozinho, está doente, passa por inúmeras dificuldades, dentre elas financeira, mal pode andar com artrose no joelho, vive as custas de poucos amigos e vizinhos. Onde está os clubes que ele defendeu? Onde está a CBF?

Me recordo de uma reportagem do Esporte Espetacular com ele, na sua vida precária. E pergunto, a assistência chegou?

Feita a manisfestação de repúdio a quem o abandonou. Vamos falar de sua carreira.

Gaúcho, de Santa Vitória de Palmar, iniciou a carreira no Brasil (RS), passou por Farroupilha (RS) e Cruzeiro (RS), até chegar no seu primeiro grande clube, o Flamengo, depois Palmeiras, Bahia e Ipiranga (BA), onde encerrou a carreira.

Disputou 11 partidas pela Seleção Brasileira, dentre elas a Copa de 1950, na ocasião ainda jogava pelo Flamengo.

As vesperas da final do Mundial de 50, Juvenal chegou até o técnico Flávio Costa e pediu pra sair da concentração alegando que sua mãe estava doente, era mentira. O zagueiro foi a uma boate e bebeu todas, foi reconhecido pelo gerente que avisou a comissão técnica da Seleção. Juvenal foi levado de volta ao hotel completamente bêbado. No jogo, foi firme e raçudo, como sempre.

Chegou ao Palmeiras em 1951, sob protestos. Diziam que o Palmeiras teria trazido um "bonde", pesado, lento e mau cárater (pelo ocorrido em 1950).

Estreou com o manto alviverde em 18 de abril de 1951, em um amistoso sem gols contra o Peñarol. Se despediu em 13 de maio de 1954, empate em 2 x 2, contra o Juventus, da Mooca, outro amistoso.

Jogou 145 vezes com a camisa palmeirense, 85 vitórias, 27 empates e 33 derrotas. Marcou dois gols, um épico, que será contado abaixo.

Foi campeão do Rio-São Paulo e do Mundial Interclubes (Copa Rio) em 1951.

Era um zagueiro forte, de boa impulsão, excelente senso de colocação e sabia sair jogando com a bola dominada. Não titubeava em ir ao ataque, coisa rara entre os zagueiros da época, quando o Palmeiras precisava empatar ou vencer, se jogava ao ataque, escutando os protestos do técnico. Na final de 1951 contra o Juventus (ITA), foi um leão, empurrou o time em busca do empate e do título Mundial.

O gol épico, quer dizer, o jogo épico:

(...)"Juvenal era um jogador ousado, naquela época zagueiro tinha que ficar na sua área defendendo e nada mais. Juvenal não. Ele queria marcar gols quando o time estava perdendo ou empatando. Em Janeiro de 1954, ainda pelo campeonato paulista de 1953, o Palmeiras jogava no parque antártica contra a Ponte Preta, pelo segundo turno do campeonato. O primeiro tempo terminou por 2x2, Moacir e Liminha para o Palmeiras e Lanzoninho e Jansen para a Ponte Preta. Aos 22 minutos do segundo tempo Jansen fez 3x2 para a Ponte Preta. Ai deu a louca no Juvenal. Ele se mandou à frente, desobedecendo aos gritos do técnico Cláudio Cardoso. Numa de suas investidas a frente, marcou um gol, empatando o jogo, e depois deu o passe para Liminha marcar 4x3, para o Palmeiras. As manchetes foram de glamour. Mas ele correu o risco de ser o culpado pela derrota."(...)

Aquele zagueiro forte, raçudo, vencedor, hoje é um trapo humano andando com a ajuda de um andador, sustentado por vizinhos, que até pouco tempo nao tinha uma televisão para ver o esporte que praticou, que ama.

Um zagueiro campeão do Mundo está vencido pelo descaso. Resta àqueles que ele fez história virar esse jogo.

ACORDA FLAMENGO, PALMEIRAS E CBF.


PARABENS JUVENAL!!!