quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A incessante busca por um ídolo

Qual é a coisa mais fácil no futebol atual? Não é ficar rico, nem jogar na Europa, muito menos ir para Seleção do Togo. É tornar-se ídolo, peça fundamental, o craque dos sonhos do torcedor palmeirense. Fácil como o truque da tabuada do nove.
Vamos aos mais recentes ídolos temporários da nossa torcida, me incluo nessa torcida.
Valdivia chegou desacreditado, desconhecido, sem chances de mostrar sua magia. Demorou a ter uma chance, quando teve voltou pro banco. Quando se firmou, jogou sua poção-mágica no coração do palmeirense, com todo mérito e merecimento. O Mago jogou demais aqui (não sei a quantas anda lá no Deserto), fez miséria com gambás, humilhou bambis, nos fez sorrir, nos fez chorar, deixou saudade. É craque. Mas não fez tudo isso sozinho e talvez pelo carisma, pelo chute no vácuo, pelo chororô, pelo xiu a Bicha Velha e, principalmente, pelo número que carregava as costas, tornou-se o ídolo maior da torcida (Marcos não conta).
Mas, nossa como sempre tem um mas, foi embora, foi fazer dinheiro, jura que volta (Eu Acredito!). E nessa ida deixou milhões órfãos de um ídolo, nem que seja temporário, aí destacou-se um jogador completamente diferente dele, brigador, raçudo, trombador, um atacante-atacante, mas que cravou as garras do peito do palmeirense que não quer deixar ele sair. Pois bem, como Valdivia, um dia ele vai sair, seja agora, no final do ano ou daqui a 10 anos.
E aí? Aí vai aparecer outro temporário para ocupar seu espaço. Se é que já não chegou, né Pierre, Diego Souza, Cleiton Xavier, Marquinhos, Keirrison? E esse for um deles, um dia também vai embora.
Vivemos a era do ídolo-temporário, com prazo de validade. As tentações dos dólares, euros, petrodólares não deixa mais um temporário se tornar ídolo de verdade no Palmeiras.
Os tempos são outros da época de Jair Rosa Pinto, Julinho Botelho, Oberdan, Ademir da Guia, Dudu, Luis Pereira, Evair, Zinho, César Sampaio e tantos outros. Jogadores que passaram anos defendendo nosso manto, alguns saíram sim, mas voltaram como espero que esses um dia voltem.
O nosso último ídolo-ídolo é goleiro, joga com 12, é Santo e se chama Marcos.
Mas o maior ídolo de todos é a Sociedade Esportiva Palmeiras, essa sim é um ídolo ETERNO.

Marcão, Carlão, Sérgião e o pênalti do Marcelinho

Certa vez, estava assistindo o programa "Papo com Mauro" (isso, o Betting) na TV Esporte Interativo, canal carioca mas que tem sinal nas parabólicas da vida. O entrevistado do dia era Carlos Pracidelli, na época ainda treinador de goleiros do Palmeiras.

Pois bem, papo vai papo vem e ele começa a contar a história dos pênaltis da semifinal da Libertadores de 2000. Inesquecível. Talvez descrevendo assim não fique tão engraçado como foi ver ele contando. Mas vamos lá.

Naquela semana Sérgião, Carlão e Marcão passaram a semana vendo vídeos de cobranças de pênaltis dos jogadores gambás. Viram tanto que sabiam de cor e salteado onde cada cobrador daquela bateria iria cobrar. Mas Marcão não fez o combinado, até a última cobrança.

Quando Edilson Pereira de Carvalho apitou o fim do tempo regulamentar, Sérgio virou pra Pracidelli e disse: "Pô Carlão, o Marcão vai pegar tudo, estamos na final". Nos cinco minutos que antecederam as cobranças Marcão disse que lembrava de tudo e faria o combinado.

Começa as cobranças, convertemos a nossa e seria assim até o final. Nas cobranças dos gambás, o despero aumentava a cada cobrança, simplesmente porque Marcão não fazia o combinado. Bola pra um lado, Marcos pro outro. Sérgio e Pracidelli iam a loucura na beira do gramado, a ponto de Sérgio dizer: "Se esse filho da p*** não pular no canto certo eu mato ele".

Antes da cobrança de Júnior, nossa última, Carlão pediu para que o massagista correr atras do gol e foda-se se fosse expulso, e falar pro Marcos fazer o combinado. Só assim Marcão fez o combinado. Em meio a comemoração, Sérgio chegou até ele e disse: "Você quer me matar filho da p***." Marcos respondeu: "Ah cara, mudei de idéia em cima da hora".